segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Valsa e Guernica

Neste sábado dia 03 de julho fui assistir a peça A Valsa produzida e encenada por alguns alunos do Globe-SP. Resolvi escrever, pois desde que assisti à peça não paro de pensar nela e sinto uma vontade de falar sobre o assunto, de discutir com alguém.


O engraçado é que não saí do teatro com essa sensação, isso foi crescendo com o tempo, a cada minuto que passava eu fui compreendendo mais a trama e admirando ainda mais cada detalhe que compunha o espetáculo. E agora não vejo a hora de assistir novamente; com certeza verei com outros olhos cada cena e saberei apreciar o texto como ele merece. Não sei se essa demora em compreender a obra seja por causa da minha imaturidade artística, afinal, apesar de gostar de arte e já ter desenvolvido certo pensamento crítico, ainda não tenho grande repertório para comparação. Mas vamos à peça!


Pra mim, a melhor comparação que achei até agora foi com o quadro Guernica do Picasso. A obra de Picasso retrata algo triste, feio, ruim; é possível ver isso na tela, mas se ninguém te contar, dificilmente você vai saber que ali está retratado um bombardeio sofrido pela cidade espanhola Guernica. Em A Valsa, a princípio você compreende pouco da triste trama da personagem principal. A peça constitui de uma colagem de vários fragmentos de pensamentos, assim como o quadro se constitui de vários fragmentos de imagens, que a principio não tem nada a ver uma com a outra. Mas quando se compreende o contexto da história, a maioria das peças se encaixa e tudo faz sentido. Algumas simplesmente não se encaixam e fica a critério de cada expectador fazer sua própria interpretação dos elementos que estão soltos.

A única diferença entre as duas obras é bem simples: em minha opinião Guernica não é uma obra bonita, não vejo beleza na tela, há sim uma certa intriga e curiosidade que prende a nossa atenção enquanto tentamos compreender o que se passava na cabeça de Picasso enquanto dava as pinceladas na tela. Já A Valsa não, essa é uma obra bela! Que além da intriga e da curiosidade, nos prende a atenção pela beleza. Beleza do texto, das músicas, do figurino, das interpretações, dos elementos do cenário, dos movimentos, das atrizes.


É uma peça que não acaba quando termina, pois como disse no início do texto, o espetáculo como um todo nos acompanha quando deixamos o teatro, preenchendo nossa mente e nossa alma. E não é pra isso que serve a arte? Se você disser que sim então vale a pena ver A Valsa!

2 comentários:

  1. Uau!!!!!! Pra inciar tá maravilhoso hein! E vamos marcar der ver então.
    Bjao

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  2. Como eu faco a peca,tenho uma visao diferente de quem assiste,mas imagino que seja isso mesmo,que as pessoas saiam dali pensando ainda no texto,nas cenas etc...A Valsa é uma peca confusa,é um quebra cabeca sendo montado,e acredito que isso prenda a atencao do publico,durante e depois da peca,pois ela nao tem comeco meio e fim,a peca é como um sonho,onde voce acorda antes de acabar.Realmente ta sendo maravilhoso fazer,assistir deve ser mais ainda.

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